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Perturbação Obsessivo-Compulsiva
O que é uma doença rara?
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Perturbação Obsessivo-Compulsiva

O que é a Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva é caracterizada por pensamentos desagradáveis e recorrentes (obsessões) e/ou comportamentos repetitivos e ritualizados (compulsões). Os doentes com Perturbação Obsessivo-Compulsiva têm consciência que as suas obsessões e compulsões são irracionais ou excessivas, mas não conseguem ter controlo sobre elas.

Obsessões mais frequentes

As obsessões mais comuns são as ideias de sujidade, de existência de germes e de contaminação; o medo de ter comportamentos agressivos ou violentos, que escapem ao controlo do próprio; os sentimentos extremos de responsabilidade pela segurança de outros, como por exemplo, o medo irracional de ter atropelado alguém; os pensamentos religiosos repetitivos (blasfémias) e de conteúdo erótico; a preocupação exagerada pela ordem, organização e simetria; e a incapacidade para deitar fora, bens inúteis ou já deteriorados.

Compulsões mais comuns

Lavagens excessivas (particularmente das mãos e banho); rituais de limpeza e verificação; acções repetitivas como tocar, contar, colocar em ordem e coleccionar; comportamentos ritualizados que procuram diminuir a possibilidade das obsessões se instalarem (por exemplo, esconder objectos cortantes, para não correr o risco de ferir alguém com eles); actos de tipo supersticioso que ajudam a reduzir o medo das obsessões (p. ex. vestir só de determinadas cores), etc.

O doente pode ter um ou mais destes sintomas, os quais podem variar ao longo da doença.

Quais são os outros sintomas da Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

Os doentes com Perturbação Obsessivo-Compulsiva podem desenvolver depressão ao longo da doença. Sensações de extrema ansiedade, desconforto e angústia são frequentes. Por vezes, podem aparecer outros comportamentos relacionados com a doença, como é o caso da necessidade de arrancar pêlos das sobrancelhas ou cabelos (tricotilomania), ou o aparecimento de preocupações excessivas com pequenos ou mesmo inexistentes defeitos do corpo (dimorfofobia), ou ainda graves hábitos de roer as unhas.

Quantas pessoas sofrem de Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

Até há pouco tempo, pensava-se que a Perturbação Obsessivo-Compulsiva erq uma doença rara. Actualmente sabe-se que cerca de 2 a 3% da população pode ter sintomas de Perturbação Obsessivo-Compulsiva em algum momento da sua vida.

Qual é a idade de início da doença?

A doença começa geralmente na adolescência ou no início da idade adulta, mas pode também começar na infância.

Qual a evolução da doença?

Se não é tratada apropriadamente, a doença é habitualmente crónica, embora com altos e baixos na intensidade dos sintomas. Em alguns casos a doença desaparece por si; noutros pode ir-se progressivamente agravando.

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva é uma doença incapacitante?

A gravidade da doença varia entre formas mínimas, até às formas mais incapacitantes.

Por vezes os sintomas são impeditivos de uma vida normal ― a hospitalização pode tornar-se necessária e o dia-a-dia profissional, impossível. Por outro lado, muitos médicos, advogados, engenheiros, homens de negócios, operários e artistas de sucesso continuam a ter êxito, apesar da sua Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Para a maioria das pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva que conseguem levar uma vida normal, o dia-a-dia seria ainda mais produtivo e gratificante se conseguissem viver sem os sintomas da doença. Os custos emocionais e económicos da Perturbação Obsessivo-Compulsiva para o indivíduo, seus familiares e para a sociedade, são enormes.

Pode-se considerar que as pessoas que jogam ou comem compulsivamente, têm Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

E os alcoólicos e toxicodependentes? Têm Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

As pessoas que jogam ou comem de forma compulsiva, tal como os alcoólicos e toxicodependentes, têm o mesmo sentimento de não conseguir para o seu comportamento. No entanto, estes doentes experimentam algum prazer nesses comportamentos, ao contrário dos doentes com Perturbação Obsessivo-Compulsiva, cujas compulsões nunca são intrinsecamente agradáveis.

As pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva podem ser consideradas “loucas”?

Não. Os seus comportamentos podem parecer “de doido”, mas a pessoa que os efectua não o é. De facto, o doente com Perturbação Obsessivo-Compulsiva tem uma consciência apurada do excesso ou da irracionalidade dos seus medos e comportamentos, embora não os consiga controlar. Esta consciência cria um novo medo para o doente com Perturbação Obsessivo-Compulsiva ― o receio que os outros o considerem fraco ou “maluco”. Por isso, frequentemente os doentes com Perturbação Obsessivo-Compulsiva não falam a ninguém dos seus sintomas e têm receio de procurar tratamento. Esta terá sido uma das principais razões que fez com que se subestimasse a frequência da doença.

Quais são as possíveis causas da doença?

As causas exactas da doença são desconhecidas. No entanto, os investigadores acreditam que um desequilíbrio químico está na base da Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Perturbações num ou mais dos sistemas químicos que regulam os comportamentos repetitivos, podem originar o aparecimento da doença. Este desequilíbrio pode ser hereditário, funcionando os factores psicológicos e de stress como agravantes dos sintomas.

Que tipo de tratamento existe para a Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

A psicoterapia clássica ou psicanálise, que explora as origens da Perturbação Obsessivo-Compulsiva na infância precoce, não são eficazes na redução dos sintomas da doença. A psicoterapia de suporte, pode ajudar a pessoa a lidar melhor com os sintomas. Recentemente, no entanto, têm sido dado passos importantes no tratamento da doença, que compreendem:

·      Terapia Comportamental – Um número elevado de pessoas beneficiam de técnicas terapêuticas que as ensinam a controlar a ansiedade que surge conjuntamente com as obsessões, reduzindo ou eliminando os rituais compulsivos. A Terapia Comportamental consiste num grupo estruturado de técnicas que o doente aprende a usar face à ansiedade, desconforto ou disfunção que acompanha as obsessões e compulsões.

·      Medicamentos – Muitas pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva necessitam de medicação. Os medicamentos que actuam numa substância química cerebral chamada serotonina, têm mostrado ser eficazes, sendo a Clomipramina o mais estudado. Mais de 15 estudos científicos provaram a eficácia deste medicamento.

A Fluoxetina, usada para tratar a depressão (tal como a clomipramina), tem também efeitos positivos sobre a doença.

A Fluvoxamina tem mostrado ser um tratamento alternativo eficaz, e a sertralina e paroxetina parecem também actuar na Perturbação Obsessivo-Compulsiva.

Novos medicamentos estão em investigação, dando-nos esperanças acerca do tratamento da Perturbação Obsessivo-Compulsiva.

A combinação dos medicamentos com a terapia Comportamental mostrou ser de grande eficácia.

Um plano terapêutico completo deverá ainda incluir orientação para os outros membros da família.